Relvas está Fora.

O ministro Miguel Relvas, líder político deste governo, acabou de anunciar a sua saída do governo. A justificação da licenciatura fraudolenta terá sido o factor utilizado para explicar a sua saída. O precário equilíbrio em que se encontrava este governo ilegítimo está ferido de morte, a que acresce o anúncio da saída iminente da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz e do ministro da Saúde, Paulo Macedo. O CDS exige ainda a cabeça de Álvaro Santos Pereira. Amanhã o Tribunal Constitucional deverá anunciar a inconstitucionalidade de uma fatia significativa do Orçamento de Estado. O governo da troika é mantido única e exclusivamente pela troika. Mas se uns puxam do lado de cá e outros do lado de  lá, seguro que tomba.

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Miguel Relvas defendeu na sua saída o programa da austeridade e o memorando da troika, e depois começou o seu auto-elogio, orgulhando-se das reformas que impôs, destruindo milhares de freguesias, despedindo a rodos na RTP, promovendo o exílio de dezenas de milhares de jovens e a menina dos seus olhos: o Impulso Jovem, reconhecido em todo o lado como um falhanço rotundo. Reforçou a fantasia da pré-bancarrota, ignorando o agravamento da dívida e défice dos últimos 2 anos, que seriam a razão da tal “pré-bancarrota”. Explicou ainda como “fez” Pedro Passos Coelho e acabou por fazer um discurso de vitimização, dizendo que sai por motivos familiares e vontade própria, decisão tomada há várias semanas e por falta de condições anímicas. Saiu sem responder a perguntas, utilizando como foi sua característica, a imprensa para veicular a posição oficial e o pensamento único. 

Passos Coelho elogiou na hora da saída o contributo do seu maior aliado político, dizendo que “terá tido um contributo importante para o programa do governo” e necessariamente do memorando da troika. Se Paulo Macedo sair também, o líder do PSD ficará bastante isolado politicamente, mesmo dentro do seu governo. Havendo amanhã o anúncio do Tribunal Constitucional, que se prevê que seja um chumbo ao Orçamento de Estado, e tendo saído ontem o governo de uma moção de censura que pela primeira vez uniu toda a oposição, estamos perante um momento decisivo. A legitimidade democrática já não faz parte das contas da maioria PSD-CDS, que tem como objectivo único cumprir o mandato da troika de reconversão social e económica do país (o próprio Paulo Portas referiu-se ontem no Parlamento a Portugal enquanto um “protectorado”. A pressão popular trouxe o governo a esta situação e apenas a sua manutenção tem permitido derrubar uma série de barreiras de inevitabilidades para chegar à possibilidade real de travar a política de imposição do regime da austeridade permanente. Passos já anunciou um Conselho de Ministros para este sábado.

Miguel Relvas está Fora. Faltam 11. E a troika.

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