Sábado: traz a tua voz para a rua contra o regime da austeridade
Os insultos que nos têm sido dirigidos diariamente procuram a derrota social de um contrato erguido em boa parte com a revolução de 25 de Abril de 1974. Os direitos universais de acesso à saúde, à educação e à cultura , ou uma sociedade suportada pela solidariedade através de um sistema de segurança social foram pilares que proporcionaram nos primeiros anos pós-revolução os direitos da maioria dos cidadãos para as vidas de cada um. Proporcionaram também o descolar do país de uma ditadura onde a pobreza, a limitação da liberdade de expressão e organização e a perseguição política eram matriz identitária de regime. Após 1982, com Francisco Pinto Balsemão (PSD), e nos anos seguintes, Mário Soares e Cavaco Silva, Portugal iria novamente entrar no caminho do aprofundamento da desigualdade e novamente da privatização da economia e dos direitos. A desigualdade aumenta até hoje, todos os anos… No sábado, vamos afirmar que são eles, os privilegiados, que vivem acima das nossas possibilidades. Os direitos, os feriados, os salários, o 13º e 14º mês, a educação e a saúde pública, a segurança social, foi construída com o nosso esforço, com o nosso trabalho, e não aceitamos que nos roubem. Queremos a paragem imediata da aplicação do programa de troika e um debate nacional profundo sobre alternativas económicas a um modelo esgotado que nos irá levar a mais dificuldades e nenhuma saída possível.
A austeridade não é inevitável, é uma escolha. Existem alternativas políticas e sociais e podemos lutar por elas se levarmos a nossa voz para a rua.
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