Sec. Estado do Emprego pede "contenção salarial" e antecipa contrato único

Em entrevista ao Diário Económico, o Secretário de Estado do Emprego Pedro Silva Martins volta a insistir na oposição entre emprego e dignidade no trabalho (e no salário), afirmando “a questão dos salários é muito importante” e que “é através da moderação salarial que conseguiremos também assegurar que o ajustamento da economia decorre de uma forma mais célere possível, minimizando ao máximo o risco de do desemprego”.
Com esta simples frase o Pedro Silva Martins assume várias coisas:
1) Se os salários têm de ser “moderados” é porque o Governo os entende como altos – as mais de 600 mil pessoas que recebem um salário mínimo de 485€ não devem concordar;
2) O Governo entende por “moderação salarial” a redução real dos salários, ou seja, o Secretário de Estado subscreve o apelo do mais desbocado António Borges para a diminuição dos salários;
3) Para o executivo o problema do desemprego vai resolver-se com a descida real dos salários e não há qualquer outro plano para resolver o flagelo que afeta já 1,244 mil pessoas;
4) Para promover a “moderação salarial” o Governo irá congelar o salário dos funcionários públicos e o salário mínimo.
Mas a entrevista de Pedro Silva Martins é também interessante porque o responsável da pasta do emprego adianta que o Governo não considera “prioritária” a introdução do contrato único (vê mais sobre isto aqui), mas não esconde o desejo de “eliminar a segmentação” do mercado do trabalho, ou seja, o Secretário de Estado do Emprego defende que não deve haver contratos sem termo e contratos precários – mas sim que todos os contratos de trabalho devem ser precários.
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