Sócrates demitiu-se mas a crise social está na rua

Ouvimos há minutos José Sócrates anunciar a sua demissão e Cavaco Silva iniciou imediatamente os procedimentos institucionais para a dissolução do Parlamento e convocação de novas eleições.

Durante a tarde no Parlamento, durante a votação dos projectos de resolução dos partidos da oposição que rejeitaram o PEC4, muitos falaram de crise política e do problema que esta crise vai criar abrindo a porta à entrada do FMI.

No entanto, a verdadeira crise que existe em Portugal não é de índole política. Em Portugal a crise a que mais importa responder é a crise social.

Existem hoje em Portugal 2 milhões de pobres, 770 mil desempregados, 900 mil falsos recibos verdes, quase 1 milhão de contratados a prazo e 79,3% de pensionistas que recebem abaixo do salário mínimo. Esta é a crise real de que padece a sociedade e esta é a crise que não pode mais ser invisível aos olhos do poder político. As quase 400 mil pessoas que protestaram no passado dia 12 de Março foram portadores das vozes desta crise social que não pode estar fora da reflexão e do debate político.

A campanha eleitoral já começou e hoje é necessário que os portugueses e as portuguesas exijam respostas claras sobre que soluções o poder político oferece para atacar a enorme crise social provocada pela austeridade.

Os Precári@s Inflexíveis irão exigir a todos os intervenientes políticos respostas claras para os problemas verdadeiros das pessoas que trabalham ou trabalharam, porque a força da democracia está nas soluções que oferece. 

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