Testemunho: Despedimento colectivo encapotado no IEFP

O Instituto de Emprego e Formação Profissional está a levar a cabo um processo de troca massiva de funcionários por trabalhadores com vínculos precários. Um despedimento colectivo encapotado relatado na imprensa e do qual nos chega um testemunho:
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“Entre os dias 19 e 21 de Dezembro de 2012, foi aberto um concurso para contratação de docentes/formadores para os vários centros do IEFP. Este concurso visava, e passo a citar o que vem descrito no Aviso de Abertura de Procedimento de Selecção – 1/2012 – suprir as necessidades de docentes/formadores para o período compreendido entre 2013- 2015 (3 anos).
 
Durante os primeiros meses do ano foi feita a selecção dos docentes/formadores a integrar os vários Centros de formação do IEFP, com o objectivo de ministrar formação de componente sócio-cultural nas várias modalidades de formação. Assim sendo, desde o dia 1 de Março do corrente ano que estes profissionais se encontram a desempenhar as suas funções, com um horário estipulado de 30 horas semanais entre as 8 e as 20 horas.
 
O que aqui não foi dito é que a entrada deste corpo docente veio deixar sem trabalho centenas de formadores que há anos dedicavam a sua vida profissional ao IEFP, lecionando os módulos para os quais estes docentes foram agora contratados. Ora a intenção de ‘suprir necessidades de docentes/formadores’ veio permitir que as centenas de formadores que faziam esse trabalho fossem silenciosamente dispensados das suas funções. Aos poucos, e à medida que os contratos antigos forem terminando, os formadores ficarão sem trabalho e pior, sem qualquer apoio estatal, pese embora tenham contribuído largamente para a Segurança Social durante todos estes anos.
 
Em suma, o que está a ser feito é uma troca silenciosa de trabalhadores, através de um concurso que enferma de algumas irregularidades e que põe em causa o principio da igualdade. Mais engraçado é que este ‘despedimento colectivo’ está a ser levado a cabo pelo INSTITUTO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL’ que deveria, na sua génese promover o emprego e a formação profissional (de qualidade, diga-se de passagem).
 
Não posso deixar de manifestar a minha indignação e insatisfação perante uma situação que me deixará (e a muitos de nós) sem qualquer rumo. É de lamentar. E lamentar é, nesta altura, mais do que insuficiente.”
 
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