Testemunho: falsos recibos verdes no Hospital Militar
Partilhamos um testemunho que nos relata a existência de falsos recibos verdes no Hospital Militar Principal, agora Hospital das Forças Armadas. No momento do despedimento, não só não são reconhecidos os vários direitos em falta, como se acrescentam entraves para que quem fica sem o trabalho a que tinha direito possa ter algum apoio. Precariedade no Estado, que continua a recorrer massivamente aos falsos recibos verdes e deixa milhares de trabalhadores em situação de precariedade e sem protecção.
«Trabalhei desde Fevereiro de 2001 até Julho de 2013 a falsos recibos verdes no extinto Hospital Militar Principal, actual Hospital das Forças Armadas, como Psicóloga Clínica. Picar ponto, responder a hierarquia, licença de casamento, de maternidade, concedida mas não remunerada. Trabalhar em exclusividade. Num gabinete do Hospital, com material do Hospital, com extensão telefónica individualizada. Vencimento fixo. Trabalho subordinado a uma Chefia.
Pressão insistente para me assinarem a declaração para poder requerer o subsídio de desemprego… demorou cerca de 4 meses. Em reuniões, emails constantes para o Ministério da Defesa Nacional e o Estado-Maior do Exército. Na primeira apresentação no Gabinete de Inserção Profissional, recebo um telefonema que me alerta para o facto da Segurança Social ter indeferido o meu pedido.»
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Estive cerca de 7 anos e meio a recibos verdes, porém, a única coisa que agradeceram foi simplesmente uma. Ser despedido, não ser indemnizado, mas a parte pior, não ser avisado, informado, nada, simplesmente desaparecer do horário e mais nada. Uma vergonha, pois enquanto exploraram os civis, tudo ok, mas de seguida, um chuto no dito e mais nada.
Aconteceu assim há maioria, principalmente aos enfermeiros!!!
Recentemente fui a uma entrevista á empresa 3C – contat center, em Sete Rios, na Av. José Malhoa em Lisboa, e deparei-me com uma oferta de trabalho de falsos recibos verdes, prática esta já há muito realizada por esta empresa. Propuseram-me a recibos verdes um salário de 3,75€/hora, pago como prestação de serviços, e teria de trabalhar das 10h ás 18h, com uma hora de pausa…no fundo era um trabalhador deles, sem direitos (sem 13 mês, sem subsidio de refeição e sem subsidio de férias), e ainda com o encargo da segurança social por minha conta…curiosamente era para vender serviços (cartões e créditos), para o Millenium bcp…percebi que naquela empresa, por pessoas com quem falei, a maioria dos empregados está nesta situação. Os bancos e seguradoras despedem os empregados do quadro e depois contratam outros por menos de metade do que pagavam e sem quaisquer direitos!Uma vergonha!!!