1 milhão de empregos climáticos para resgatar a utilidade do trabalho e salvar o planeta

Jonathan Neale, editor do One Million Climate Jobs e de Global Climate Jobs, secretário internacional da Campanha contra as Alterações Climáticas (Reino Unido), é o mais recente pioneiro na defesa do Ambiente através da promoção de emprego público útil e vai estar no MOB este sábado, dia 17 de Outubro para nos falar de como 1 milhão de empregos climáticos podem ajudar a salvar o planeta e ajudar a combater o desemprego.

1million

Se as alterações climáticas e o desemprego constituem as maiores ameaças à vida na terra, por que não juntar o útil ao agradável e salvar o planeta, salvando o emprego? Como? A ideia é simples e pretende ser uma alternativa às políticas de incentivo económico impostas pelo regime de austeridade, numa versão melhorada das políticas de obras públicas. Em vez de criar emprego através da construção, como dupla forma de combater o desemprego e incentivar o desenvolvimento económico, por que não criar emprego útil que desenvolva mecanismos de proteção do Ambiente e contribua para o desacelerar das emissões dos gases de estufa na atmosfera?

A partir de uma análise do mercado de trabalho e do impacto negativo que, muitas das vezes, o trabalho tem no meio ambiente, Neale propõe-nos uma nova perspectiva sobre o mundo das ofertas de emprego, onde o interesse público vence o privado e o Client Focus (tão apregoado pelas empresas e corporações) perde todo o seu sentido. Na campanha por um milhão de empregos climáticos, o Ambiente é o principal “cliente a servir” e o trabalho é pensado e concebido com base no que é urgente fazer em defesa do planeta.

Desenvolver as energias eólica e solar é uma das prioridades, para que todos e todas possam usufruir de uma economia sustentável. São precisas muitas pessoas para tornar esta ideia possível, assim como pessoas para a manterem. Postos de trabalho, muitos postos de trabalho. Além da energia sustentável, privilegiar os transportes públicos, torná-los económicos, sustentáveis, auto-suficientes e mais eficientes para que o uso do carro deixe de fazer sentido. Mais postos de trabalho. Readaptar as casas e edifícios às energias renováveis significa mais postos de trabalho para as readaptar e mais uns tantos para a manutenção. Por fim, Neale refere a necessidade de repensar a indústria e de apropriá-la às fragilidades do planeta e tendo em conta as reais necessidades do consumo. E com isto, mais postos de trabalho se criariam.

Se a maior parte do trabalho tem como objectivo produzir a riqueza das corporações e das sociedades de advogados e se também a economia actual não gere dinheiro real e funciona, antes, à base da especulação e do que decidem os mercados, por que não inverter este cenário e devolver a utilidade ao trabalho ajudando o planeta?

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