162 mil desempregados “oficiais” varridos para debaixo do tapete

Hoje fez manchete em alguns jornais aquilo para o que vimos há muito alertando: o governo criou uma subsecção de “ocupados” para esconder o número de desempregados oficiais. O JN avança com o número de 162 mil desempregados escondidos, citando um estudo do economista Eugénio Rosa, que confirma que o desemprego oficial está nos 18,2%. Se se somarem os mais de 300 mil “desmotivados”, o desemprego ultrapassa largamente os 20%.

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Acções de formação, estágios, contratos emprego-inserção, Passaporte Jovem, Garantia Jovem e medidas afins escondem um desemprego oficial muito superior àquele anunciado pelo governo, como já tinha sido denunciado por ex-funcionários do IEFP. A estratégia oficial é segmentar a noção de desemprego: há os activos que podem ser contabilizados, mas exclui-se os inactivos e os activos desmotivados, entre os activos motivados o governo criou uma subsecção de “ocupados” que aumentou 62% desde 2013 e esconde mais 162 mil debaixo do tapete deixando, claro, e desde sempre, de contar com os mais de 350 mil exilados. No entanto engrossam continuamente os números do desemprego e a pretensa baixa de desemprego não resiste à prova dos 9: como evolui a taxa de emprego? O número de pessoas empregadas cai e continua a cair. A força de trabalho potencial (pessoas desempregadas não imediatamente disponíveis para trabalhar e pessoas desempregadas disponíveis para trabalhar mas que não estão à procura) perfaz o que falta para se chegar ao desemprego real: são mais de 300 mil pessoas e em conjunto com os desempregados “oficiais” ultrapassam um milhão de pessoas.

O governo reforça a noção de exército de reserva, espartilhado em várias subcategorias mas com algo em comum: são mais de um milhão de pessoas desempregadas, e esse número não caiu desde 2013, revelando a verdadeira face da “recuperação” e da “saída limpa” da troika.

 

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