4 questões do Orçamento de Estado 2018 que interessam aos precários
É nesta sexta-feira 13 que o governo vai apresentar o Orçamento de Estado para 2018. Depois, seguir-se-ão várias semanas de negociações para finalizar o documento. Os Precários enunciam algumas das medidas que vão ser discutidas nas próximas semanas e que interessam aos precários. Se chares que falta alguma diz-nos para a podermos ir estudar.
1) Fim do corte de 10% do subsídio de desemprego
Passados 6 meses de receber o subsídio de desemprego há um corte automático de 10% do seu valor. A medida foi imposta pelo governo PSD/CDS e serviria para aumentar a empregabilidade dos desempregados. No entanto, não serviu durante a crise económica, porque não havia empregos e não está a servir agora porque a maioria do desemprego é de longa duração. O Bloco e o PCP querem que o corte seja retirado e o Primeiro-ministro garantiu na passada quarta-feira que isso iria acontecer. São boas notícias.
2) O IRS vai descer
As negociações ainda estão a decorrer, mas ao que o Público tem escrito quem recebe até 8850 euros ano não irá pagar IRS, ou seja, o “mínimo de existência” vai ser alargado. Para além disso, vão ser criados dois novos escalões, para que a classe média não pague IRS como a classe média alta. São boas notícias, mas ainda é preciso ver como vão acontecer.
3) Recibos verdes: para quando a alteração nas contribuições
O governo prometeu que a lei iria mudar em 2016, depois pôs uma autorização legislativa para 2017 e chegamos ao orçamento de 2018 ainda sem notícia da alteração das contribuições para quem trabalha a recibos verdes. Relembremos: é necessário garantir que os trabalhadores independentes descontam para a segurança social a cada mês um valor que tenha como referência o que receberam nesse mês. O truque de abrir e fechar atividade não tem sentido e destrói a carreira contributiva de centenas de milhares de pessoas. Para além disso, os trabalhadores independentes têm a taxa mais alta de todas (29,6%) e um sistema de contribuições tão complicado como opaco, que não lhes permite quase nenhuma proteção social. Não queremos acreditar que a questão não se resolve.
4) Precários do Estado têm de ser integrados com meios
Aparentemente não é matéria para o OE2018, mas se os organismos não conseguem os meios para a integração dos precários que foram identificados pelo PREVPAP todo o trabalho não teve sentido. Para além disso, seria interessante analizar as poupanças que o Estado terá quando os trabalhadores em regime de outsourcing forem também integrados, porque muitos dos milhões que as empresas de trabalho temporário fazem partem do erário público.
by
Exmos. Srs.
Questiono o que está previsto no OE ou outras normas legais, para salvaguardar os direitos dos precários que terminam o contrato emprego-inserção ainda este ano, nomeadamente no próximo mês.
Como, quando, os CEI’s receberam informação do seus processos? Serão esquecidos?
Obrigado pela atenção dispensada
Cumprimentos
João Freitas