A caminho dos 13%: As novas regras do Subsídio de Desemprego
As alterações nas regras de atribuição e cálculo do Subsídio de Desemprego, propostas pelo FMI e acolhidas, até ver, pelos partidos PS, PSD e CDS, irão afectar sobretudo os novos desempregados. No entanto, a partir das eleições de 5 de Junho, ou a partir da imposição de um novo PEC a qualquer momento, e com o desemprego a galopar até 13%, rapidamente os trabalhadores, com ou sem emprego, vão sentir o abalo economico e nas suas vidas que resultará das medidas que irão verter o resultado do trabalho do país para a banca e para as grandes empresas.
– A redução do tempo de descontos necessário para se ter acesso ao subsídio de desemprego de 450 (15 meses) para 365 dias (12 meses) nos últimos 24 meses;
– A possibilidade de os trabalhadores a falsos recibos verdes terem acesso à protecção no desemprego. Ainda não são conhecidos detalhes desta medida, mas legitimará a ilegalidade cometida pelos patrões sobre centenas de milhar de trabalhadores, através do pagamento, por todos, das contribuições em falta dos empregadores deliquentes.







Vêm aí anos maus ou muito maus. Quanto a isso não haverá muito a fazer, excepto, claro, o “pouco” de minimizar os estragos. Mas teremos que recuperar “do lado” do desvio (mais que do lado da “receita” ou da “despesa”) do “roubo” mesmo, da fatia onde os nossos geniais “gestores” têm responsabilidades. “Diminuir o estado”, SIM, expurgando-o da parte espoliadora. Seria suficiente para sairmos desta crise. Com o propósito de não voltamos mais a este ponto. Portugal não será mais um feudo mafioso, onde tudo vale e onde ninguém vê nada e tudo já se passa às claras. Os nossos políticos deixarão de ser tão corporativos pelo “partido” mas antes pela “união”. Deixarão de falar da causa comum, “pública”, como se fosse contra a privada. Deixarão de falar connosco, sobre os assuntos que nos interessam, “com discrição”. Em vez disso, falarão com descrição! E a democracia será mais por e para o homem comum. Por homens e mulheres com carácter. Bons. Não tanto pelas influências ou curriculum, mas, na base, pelo seu bom carácter.
O pacto de traição acabado de firmar entre o governo Sócrates e a Troika e FMI representa, antes de mais, o roubo da soberania e da capacidade de decisão do Povo Português, ao pretender impor-lhe que nada poderá decidir nas eleições de 5 de Junho, pois que, qualquer que seja o governo que delas saia, as medidas que ele terá de aplicar seriam sempre as que já estão antecipadamente decididas e definidas neste pacto.
Mas representa também – agora sob o argumento de que nessas eleições a única coisa a escolher é o partido que melhor sirva para aplicar essas medidas – procurar impor aos cidadãos eleitores a ideia de que só têm a escolher entre o PS e o PSD, que são os únicos Partidos que interessa à Troika que ganhem.
Este pacto é uma autêntica declaração de guerra aos trabalhadores e ao Povo Português.
Ao contrário do que mentirosamente Sócrates quis fazer crer, o subsídio de desemprego vai diminuir, os salários e pensões serão congelados, todos os principais bens e serviços de primeira necessidade subirão de preço, os impostos que cada cidadão comum tem de pagar, a começar no IRS e a acabar no IVA, serão bem mais elevados, os despedimentos serão brutalmente facilitados, as indemnizações serão diminuídas, os horários e tempos de trabalho aumentam e os pagamentos, designadamente das horas extra, são drasticamente encurtados.
Pelo exposto é fácil concluir que o programa eleitoral do PS e do PSD são as receitas anti-Povo do FMI.
Por isso deve de ser dito também sem receio de ferir susceptibilidades que um voto no PS ou no PSD é um voto de traição.