A chantagem de Van Zeller

Ainda a propósito do chumbo do Tribunal Constitucional (TC) (que noticiámos aqui, em cima do acontecimento), depois das “dúvidas” de Cavaco à norma infame que previa um novo período experimental de 180 dias, contida no novo Código do Trabalho, ficou por dizer que Van Zeller tem opinião sobre o tema. E é, como costume, descarado nos propósitos e na forma:
Diz-se que a precariedade é inimiga, mas não é. É muito melhor que o desemprego

Além disto, Van Zeller disse ainda que a norma agora chumada pelo TC era “boa, útil e necessária” e que este chumbo vem provar que “a Constituição é inimiga do emprego“. “Era muito melhor que pudéssemos contar com os 180 dias“, disse ainda, adiantando que “há um exagero da segurança no emprego que, nas circunstâncias actuais, prejudica“. Resumindo e concluindo, Van Zeller acha que este chumbo do TC vem “desequilibrar um acordo que foi muito difícil de obter“.

(notícias Sol e Público)

Francisco Van Zeller, o mordomo dos patrões, é um homem famoso pelos seus soundbytes, o que já lhe mereceu uma justa nomeação e muitos votos. Acha que “felizmente temos Sócrates”, agradecendo-lhe publicamente ser “mais ousado” que a direita no governo. Acha que “ou há precários ou não há nada“. Esclarece que, apesar da propaganda do Governo, os famosos “5% das contribuições dos recibos verdes a pagar pelos patrões” são pouco mais do que treta para enganar.

Agora não hesitou em enunciar claramente, mais uma vez, a chantagem que os patrões fazem aos trabalhadores e trabalhadoras e ao país: a escolha é entre a precariedade e o desemprego. Esta gente não nos autoriza a querer mais do que isto. Nós queremos continuar a dizer que não aceitamos esse destino e que há cada vez mais gente a exigir outra vida.
Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather