O buraco de 820 milhões mais rápido da História vai levar a mais austeridade já em 2013

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A Comissão Europeia anunciou esta manhã que havia descoberto um desvio na execução orçamental deste ano iria impedir que o Governo cumprisse o défice de 5,5% que tinha sido acordado com a troika. Esse buraco nas contas de 2013 iria implicar “medidas adicionais”, ou seja, mais austeridade. No entanto, este buraco de 820 milhões de euros foi rapidamente emendado. Afinal esse dinheiro tinha sido o utilizado para o resgate do BANIF e, portanto, não entrava nas contas do défice. O que confirma aquilo anunciado há mais de 2 semanas: o enorme aumento de impostos de 2013 não teve qualquer impacto a nível do défice e apenas serviu para cortar nas despesas do Estado Social e destruir centenas de milhares de empregos. Mesmo assim, sem a desculpa de mais uma derrapagem orçamental (já não é possível contá-las por serem tantas), mais austeridade em 2013 é já uma certeza, uma vez que foi aprovado, ainda antes do OE2014, um orçamento retificativo do anterior orçamento retificativo.

O aparecimento e rápido desmentido deste buraco de 820 milhões explica bem o profundo desconhecimento que a Comissão Europeia tem do país, assim como os restantes membros da troika. E quando finalmente os técnicos perceberam que esses 0,5% do PIB eram o dinheiro do resgate do BANIF, o buraco deixou de “existir”. O dinheiro dado à banca não entra para as contas do défice “que conta”. É uma espécie de dívida “boa”, que não precisa ser contabilizada. Já gastos feitos com saúde, educação ou segurança social são inaceitáveis e portanto entram na contabilidade disciplinadora da dívida “papão”.

A Comissão Europeia anunciou também que duvida do fim da recessão que o Governo tem anunciado. Se é verdade que a economia já não estará em recessão técnica, o mais provável é que ainda esteja em recessão real e que os resultados que impulsionaram o ligeiro crescimento da economia não se voltem a repetir. Para além disso, a Europa considera que o mercado de trabalho vai manter a elevadíssima taxa de desemprego.

Lembre-se que a Comissão Europeia faz parte da troika em conjunto com o FMI e o Banco Central Europeu, pelo que este alerta deste credor só faz temer que novas medidas de austeridade o Governo irá impor.

Pelo caminho fica a propaganda da “recuperação económica”, é a própria troika a dizer que a recessão irá continuar e com ela o desemprego.

Notícia aqui.

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