Call center da Segurança Social: há um mês à espera do "tratamento inspectivo" da ACT
Passa hoje exactamente um mês desde que o PI obteve da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) a garantia de que irá dar “tratamento inspectivo” à situação laboral no call center da Segurança Social, em Castelo Branco.
Este novo call center iniciou actividade em Dezembro de 2008. Os Precários Inflexíveis denunciaram desde o início a intenção da Segurança Social recrutar os cerca de 200 trabalhadores necessários para garantir este serviço através duma empresa de trabalho temporário, a “RH+”, com vínculos precários. A 19 de Março último, enviámos uma carta a Paulo Morgado de Carvalho, Presidente da ACT e Inspector-Geral do Trabalho, exigindo esclarecimentos e um pronunciamento da ACT sobre esta situação. Depois de muitas insistências, mais de dois meses depois, fomos recebidos por Domitília Gomes, a Directora Regional da Zona Centro da ACT, que nos garantiu desenvolvimentos inspectivos “tão depressa quanto possível”.
A denúncia e a pressão sobre esta vergonhosa situação já levou Edmundo Martinho, Presidente do Instituto da Segurança Social, a “mudar de ideias” algumas vezes ao longo deste processo, tendo já garantido que 90% destes trabalhadores e trabalhadoras seriam integrados na “RH+”. No entanto, apenas um total esclarecimento sobre esta situação, o fim da intermediação pela “RH+” (ou qualquer outra empresa de trabalho temporário) e a garantia de todos os direitos destes trabalhadores e trabalhadoras são aceitáveis.
Ou seja, mantém-se a urgência da actuação da ACT neste caso. Só ela nos pode trazer respostas para perguntas urgentes: Como pode a Segurança Social, uma das áreas vitais das funções do Estado, contratar os seus trabalhadores com vínculos precários? Como se pode entender que se estabeleça a intermediação duma empresa de trabalho temporário neste caso? O que há de temporário no atendimento aos cidadãos (seja neste call center ou em qualquer outro lugar), que justifique esta intermediação?
O contador continuará a figurar no canto superior direito do nosso blog, medindo o tempo que demoram os esclarecimentos urgentes sobre esta situação.
Entretanto, partilhamos o mail da Direcção Regional do Centro da ACT: dr.centro@act.gov.pt. Para ele se podem enviar mensagens apelando à urgência do prometido “tratamento inspectivo” que este caso merece.
Sabemos que a ACT enfrenta, ela própria, dificuldades de funcionamento, que são uma marca evidente da indiferença com que os poderes políticos encaram o cumprimento das (já bem desfavoráveis, diga-se) leis laborais. Além de ter apenas cerca de metade dos inspectores que deveria, a ACT enfrenta a denúncia de várias dezenas de juristas, que há vários anos se encontram a falsos recibos verdes, assegurando funções vitais, como a instauração de processos por incumprimento das leis laborais. Estas dificuldades e suspeitas, colocam ainda mais responsabilidade na actuação da ACT, porque o país tem que ter garantias que existe uma fiscalização efectiva nas matérias laborais. Esperamos pelo desfecho deste caso. Mas, como até aqui, não vamos esperar sentados.







Eu já enviei!
Urgência da actuação da ACT no Call Center da Segurança Social em Castelo Branco
Exma. Sra. Directora Regional do Centro,
Venho por este meio pedir a V/ Excelência que tome as diligências necessárias a fim de acelerar a acção da ACT sobre o Call Center da Segurança Social em Castelo Branco.
Temo que a demora na actuação da ACT possa resultar numa condição menos favorável para trabalhadores que estão a realizar um trabalho que nada tem de sazonal, visto que o relacionamento do Estado com os contribuintes será permanente, mas que estarão a ser contratados a termo.
Deste modo subscrevo as preocupações que os Precários Inflexíveis demonstraram e peço-lhe que actue com a maior prontidão.
Na expectativa da sua intervenção célere,
eu também!
Eu já enviei! Com o comentário “Para quando a ACT no Call Center da Segurança Social de Castelo Branco?”
Já foram despedidas pessoas no vosso call center?