CGTP: "mais tempo" para cumprir o acordo da troika é reconhecer "falência das políticas"

Nos últimos dias tem-se assistido a declarações de alguns responsáveis políticos do PSD que inflectem o discurso dominante e que abrem a porta para que o Governo possa pedir mais tempo para o cumprimento das medidas do acordo com a troika. Esta mudança de visão que ainda não foi assumida pelo Governo acontece depois de se conhecerem os dados da execução orçamental que revelou um défice de 7,9% muito longe dos 4,5% prometidos, apesar da destruição da economia, do fecho de empresas e do desemprego galopante.

Mas para o Secretário Geral da CGTP não há dúvidas, pedir mais tempo à troika é afirmar a “falência das políticas” do Governo. Para a CGTP este caminho está “a colocar a classe média na pobreza, os pobres na miséria e os excluídos fora das estatísticas”. Aliás, para Arménio Carlos, defende que “se analisarmos aquilo que tem a ver com a revisão da legislação laboral e as últimas noticias que apontam para a redução miserável dos salários, nomeadamente dos enfermeiros, nutricionistas e, o mais paradigmático, com o portal do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) que está a oferecer empregos para engenheiros civis com experiência e a tempo completo, por 400 euros, (…), então, estamos perante a maior ofensiva contra os salários e os rendimentos dos trabalhadores (…)”.

E de facto é assim, não será muito diferente termos mais anos para cumprir um acordo que enquanto é cumprido destrói o emprego, os direitos dos trabalhadores e os salários, mas que nem sequer consegue dominar o défice e aumenta a dívida pública.

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather