Custo do desemprego dos jovens: 2,7 mil milhões de euros
Uma notícia desta terça-feira do Público revela que Portugal perde 2700 milhões por ano por causa de jovens inativos, que não estudam nem trabalham, é um montante que corresponde a 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB), bastante acima da média europeia e que só não é mais grave porque o país tem vindo a “exportar” uma média de 100 mil portugueses por ano, maioritariamente jovens qualificados. O fanatismo ideológico não consegue perceber e compreender o custo social e económico do desperdício de toda uma geração que surge como a mais qualificada de sempre, Portugal registava em Agosto último uma taxa de desemprego jovem de 35,9%, entre os que trabalhavam, mais de 55% faziam-no enquadrados por contratos temporários ou precários.
Para pintar o quadro geral, a Comissão Europeia distingue, de entre os 94 milhões de europeus entre os 15 e os 29 anos, os chamados NEET – not in employment, education or training, ou seja, todos os que não estão a trabalhar nem a estudar ou a receber formação. Eram 28% em 2008, aumentaram para 33% em 2011. Nesse ano, havia 14 milhões de jovens sem fazer nada. Outro máximo histórico.
De resto, os custos que a existência destes NEET representa para a sociedade vai muito para além das perdas económicas. O risco de estes jovens se tornarem política e socialmente alienados, sobretudo quando o desemprego de longa duração tem assumido proporções alarmantes também entre eles, “é enorme”. Aludindo a denominadores comuns como o stress psicológico, o isolamento, a adoção de comportamentos de risco e o abstencionismo eleitoral, a Comissão Europeia conclui que o que em última instância está em perigo é a própria democracia, dada a tendência comprovada de estes jovens se afastarem dos partidos políticos e dos sindicatos e aderirem a movimentos propensos a protestos radicais. Lê-se ainda no relatório, cujos autores concluem: “Combater esta apatia política, social e cívica e promover um maior envolvimento dos jovens na sociedade é um grande desafio para as democracias europeias”.
Estas formas de emigração massiva de recursos humanos não significa uma melhoria na formação na maioria das vezes, muito provavelmente muitos dos que agora partem não vão regressar, o enorme investimento público efetuado na educação durante as ultimas décadas converte-se assim em dinheiro deitado à rua, que irá ser aproveitado pelos países de acolhimento desta vasta maioria da população portuguesa que foge literalmente de Portugal.






