Descida do desemprego: mais 91 mil e 500 precários
A recomposição do Trabalho faz parte do regime da troika. Precarizar quem trabalha é um dos vectores principais da austeridade e do memorando. Hoje já se descortinam as mudanças significativas e sabe-se que o “emprego criado” no país, é o emprego da miséria e da precarização. Do 1º para o 2º trimestre de 2013 caiu a taxa de desemprego de 17,7% para 16,4%. Esta queda faz-se através da precarização: os recibos verdes aumentaram 5,43%, trabalhadores familiares não remunerados 16%, contratos a termo 6,19% e subempregados 4,85%. Mais 91 mil e 500 precários.
Como ontem anunciámos, no 2º trimestre de 2013 atingiu-se um novo recorde: 55,5% da população activa está neste momento desempregada ou precária. Analisando com mais detalhe a evolução do 1º para o 2º trimestre de 2013, podemos observar como foi possível reduzir a taxa de desemprego:
– há mais 37,6 mil pessoas a recibos verdes (aumento de 5,43% em relação ao trimestre anterior);
– há mais 4300 trabalhadores familiares não remunerados (aumento de 16,04% em relação ao 1º trimestre);
– há mais 37,1 mil pessoas com contratos a prazo (aumento de 6,19% em relação ao 1º trimestre)
– há mais 12,5 mil pessoas subempregadas (aumento de 4,85% em relação ao 1º trimestre)
Compõe um total de 91,5 mil precários que fizeram aumentar o número de pessoas empregadas no país mas que, além da sazonalidade da sua condição ,estarão a trabalhar de forma precária e com salários de miséria (ver Dinheiro Vivo – Portugal só cria empregos nos salários inferiores a 310 euros). Se acrescentarmos que o número de trabalhadores a tempo parcial aumentou em 23.500 (aumento de 3,74%) e que há mais 12,9 mil inactivos (aumento de 4,41%), podemos concluir que foi retomado o rumo da precarização da sociedade, e que a destruição do emprego continuará a partir do próximo semestre, tendo no entanto muitos trabalhadores e trabalhadoras passado já às fileiras do trabalho precário: o total de precários e desempregados é já de 2.990.700.