FCT abre Concursos, finalmente…
Depois de no passado dia 26 de Julho a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ter aberto o concurso para os contratos “Investigador FCT”, abriram hoje, por fim, os concursos para as bolsas de Doutoramento e Pós-doutoramento. A abertura destes concursos tinha sido prometida para Junho, mas Junho passou e perante a evidência de não terem aberto e a ausência de informação sobre a situação, houve contestação por parte dos bolseiros e a FCT foi obrigada a informar que afinal só abririam em Julho, sem data concreta anunciada. Hoje, a 29 de Julho, sabemos que a FCT comporta-se como se fosse um mau aluno: não informa quando entregará o trabalho pedido, só quando questionada fala, e deixa tudo para a última.
A investigação científica em Portugal está suspensa pela irresponsabilidade do Governo e da FCT, enquanto não forem regulamentadas datas fixas para a abertura dos concursos que financiam directamente os/as investigadores/as em Portugal, continuando assim a tratar a comunidade científica com desprezo.
Já alertámos que esta abertura tardia dos concursos levará a que os mesmos só tenham fim em Setembro, adiando o pagamento das bolsas para meados do próximo ano, o que é um contra-senso para a comunidade académica que se rege pelos anos lectivos e não pelos civis, levando a que muitos bolseiros fiquem a trabalhar sem receber no 1º semestre, assegurando por si mesmos as propinas desse semestre ou a desistir, pondo em risco o próprio funcionamento das instituições de investigação.
Foram também já anunciados cortes dramáticos de 50% em relação ao ano passado no número de bolsas, apesar do orçamento para a Investigação em Portugal não ter diminuído. Estamos assim perante a evidência de que a I&D em Portugal está a ser fortemente atacada através das relações frágeis que regem investigadores e financiamento, levando a uma precarização insustentável da ciência e de quem a faz, tornando a emigração na única saída para uma carreira digna em investigação – não aceitamos esta imposição. Temos de continuar a bater-nos por uma FCT e um estado comprometidos com os investigadores e com a investigação que se faz em Portugal.
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