Governo e PSD decidem passar-nos mais uma parte da factura da crise

José Sócrates e Pedro Passos Coelho reunem amanhã, 5ª feira, logo pela manhã, para que o primeiro-ministro possa anunciar mais austeridade para as vítimas da crise, com o conforto do consenso com o maior partido da oposição.
Os ecos do acordo já chegaram à imprensa: aumento de impostos sobre os rendimentos e consumo, para além de algumas medidas que visam apenas legitimar a propaganda que nos tentará convencer que “os sacrifícios tocam a todos”. Os pormenores só ficarão conhecidos amanhã, mas é já sabido que o IVA e o IRS irão aumentar, além da previsão de cortes nas transferências para as autarquias e nos gastos na aquisição de bens e serviços por parte do Estado. Para nos tentar tranquilizar, está também em cima da mesa o aumento do IRC e uma redução de 5% nos salários dos responsáveis políticos e gestores públicos. (algumas notícias sobre as novas medidas de austeridade: aqui, aqui, aqui ou aqui, por exemplo)

Teixeira dos Santos já sabe o que aí vem. Sabe muito bem que faz parte dum Governo que está a passar, há já muito tempo, uma factura pesada aos trabalhadores, em nome da protecção dos verdadeiros culpados pela crise. Por isso, antecipando as reacções populares aos novos anúncios de austeridade selectiva, garantiu à agência de informação financeira Bloomberg que o Governo irá “enfrentar tensão social” – mas, confiando na serenidade dos portugueses, que, nas suas palavras, “não têm tradição de violência”, acredita que Portugal não vai conhecer mobilizações semelhantes às que os trabalhadores (mas também estudantes e pensionistas) gregos têm protagonizado nos últimos meses. (ver notícia aqui)
Teixeira dos Santos, Sócrates e Passos Coelho contam, portanto, com a nossa serenidade. É preciso afirmar precisamente o contrário: a urgência duma mobilização do conjunto da sociedade contra estas medidas, que penalizam a maioria da população, depois de anos de sacrifícios, pagos com trabalho e dificuldades sempre crescentes. Os Precários Inflexíveis juntam-se ao apelo para uma resposta firme dos trabalhadores e de todos os sectores afectados pelo roubo descarado que é esta crise. A próxima data é já a 29 de Maio, na grande manifestação nacional de protesto convocada pela CGTP
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