Governo quer menos subsídio de desemprego para os "mais velhos"
Foi já sem surpresa que se soube que os ministérios da economia e das finanças tem um “estudo” que defende “uma dissociação entre a idade e o período de concessão” do subsídio de desemprego, indo ao encontro com o que tinha sido sugerido no relatório do FMI. O estudo, titulado “Subsídio de Desemprego e Transição para o Emprego”, defende que o “o subsídio de desemprego leva a uma relativa demora na transição para o emprego”, ou seja, de acordo com estes investigadores do Governo é o subsídio de desemprego que impede as pessoas de encontrarem trabalho e não o facto de… não existirem trabalhos devido à crise económica e ao regime de austeridade.
Num momento em que o desemprego real atinge os 22,2%, ou seja, que há mais de 1,4 milhões de pessoas sem trabalho, e sabendo que só 400 mil recebem subsídio de desemprego, a argumentação do Governo caí no domínio do fanatismo ideológico.
Há poucas semanas o relatório do FMI (que depois se descobriu que tinha sido escrito com a colaboração do Governo Português) e outros relatórios da OCDE afirmavam que Portugal tinha de diminuir a “generosidade” dos subsídios de desemprego que Pedro Mota Soares, Ministro da Segurança Social, cortou para metade do valor e do tempo de atribuição há menos de um ano.
Já se sabe, a 7ª avaliação da troika inicia-se na próxima semana e o Governo vai querer reduzir a verba de 2,6 mil milhões do subsídio de desemprego e os tais cortes no Estado Social vão passar por aqui. “Que se lixe a vida das pessoas” – dizem eles.
Notícia Dinheiro Vivo.
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