Governo volta ao ataque contra os desempregados
Ontem entraram em vigor os cortes de 6% no subsídio de desemprego e de 5% no subsídio de doença. O velho governo de Passos, Portas e Mota Soares volta a apontar as baterias para os mais fracos, enquanto se sabe que já só um em cada quatro desempregados recebe apoios sociais (390 mil em 1 milhão e meio).
Voltaram a entrar em vigor os cortes de 6% no subsídio de desemprego e 5% no subsídio de doença, cortes considerados inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional. Apenas as prestações sociais abaixo do indexante dos apoios sociais (419,22€) não receberão novos cortes, pelo que o governo defende uma política do paupérrimo, pretendendo que isto tem algo que vem com justiça social e não com a simples defesa da manutenção da miséria insustentável. Os efeitos dos cortes que voltaram agora a entrar em vigor apesar do chumbo do Tribunal Constitucional deverão fazer-se sentir em força apenas a partir de Agosto.
No entanto, face ao crescente e monumental número de pessoas desempregadas, os apoios vão-se reduzindo, não só através de cortes como através do corte absoluto de acesso aos apoios sociais. Em relação ao mês de Maio, em Junho há menos 5620 pessoas a receber apoios. Se olharmos para o milhão e quinhentas mil pessoas no desemprego real e não para os 925 mil desempregados “oficiais”, hoje já só um em cada quatro desempregados recebe apoio do Estado. Perante a destruição massiva de emprego da Era da Troika, o governo escolhe a linha de abandono e de perseguição. Mota Soares, depois de ganhar com justiça o epíteto de carrasco dos precários, procura expandir a sua área de acção e ser também o carrasco das pessoas desempregadas.