Manifestação no Porto Contra a Exploração e o Empobrecimento
A manifestação convocada pela CGTP, que teve lugar ontem no Porto, teve de se confrontar com a adversidade dos elementos a piorar a já difícil batalha contra a adversidade da conjuntura política actual. Ainda assim, e talvez com ainda maior relevância, foram cerca de 30 mil as pessoas que, de acordo com João Torres, da União de Sindicatos do Porto, sentiram necessidade e vontade de sair à rua para se manifestarem contra as condições em deterioração que se vivem no nosso país.
O protesto prolongou-se por alguns quilómetros, desde a Rotunda da Boavista até à Estação de São Bento. Contou com a presença de inúmeros representantes sindicais do Norte e Centro, desde Bragança até à Guarda, passando por Viana do Castelo, Coimbra e Aveiro, além de milhares de pessoas indignadas com os ataques a que têm estado sujeitas enquanto trabalhadoras e cidadãs deste país.
O coro desses milhares de vozes entoou palavras de ordem como “é preciso, é urgente uma política diferente” e “o país não se endireita com uma política de direita”. Arménio Carlos elaborou um pouco mais a posição vigente, arguindo que “temos um Governo obrigado a reconhecer que o desemprego vai continuar a aumentar, mas que não mudou uma vírgula na política de austeridade”.
Questões como o programa Impulso Jovem e a pressão da Troika para a ainda maior redução dos salários estiveram na ordem do dia. O primeiro mereceu a reprimenda de fomentar ilusões junto dos mais jovens, que se sujeitam a piores condições de trabalho por causa de uma promessa falsa de um emprego estável futuro, que se vai tornando cada vez menos viável. Quanto à redução dos salários nominais, o secretário-geral da CGTP questionou-se se “estarão a falar dos salários dos quadros das empresas do PSI-20, que todos os anos levam para casa salários que a generalidade dos trabalhadores não ganha numa vida?”.
A CGTP convocou uma manifestação semelhante para Lisboa, no dia 16 de Junho. Será a vez dos trabalhadores dos distritos abaixo de Coimbra tomarem as ruas da capital e darem voz à sua exigência de verem cumpridos os seus direitos e asseguradas as condições para terem acesso a vidas mais dignas.






