Ministro do Emprego reconhece que salários em Portugal são baixos
Na entrevista de ontem na SIC Notícias o Ministro da Economia e do Emprego reconheceu que “não ganhamos competitividade sustentada com salários baixos. E os salários em Portugal são baixos”, acrescentando que “não podemos olhar só para os custos laborais, mas para todos os custos de produção” (vê notícia aqui).
Para combater esta visão o Ministro diz que quer um modelo de crescimento baseado na “reindustrialização”, o que se torna estranho se atentarmos às medidas de desindustrialização e destruição dos aparelhos produtivos na pesca e na agricultura que desde finais dos anos 80 do século passado foram promovidos, nomeadamente por Cavaco Silva, hoje Presidente da República.
Mais estranho ainda é que o Ministro assuma que Portugal tem salários baixos mas tenha passado o último ano e meio no Governo a tomar medidas que reduzem ainda mais os parcos salários. Recorde-se mesmo que António Borges, conselheiro do Governo para as privatizações, defendeu em meados deste ano que baixar salários “é uma urgência”.
O discurso desarticulado do Governo apenas significa que os responsáveis pelo executivo darão sempre o dito por não dito para manterem uma política que, em média, já diminuiu só nos primeiros 9 meses deste ano em 4,5% o salário de quem trabalha em Portugal.
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