No início da crise (2010) já havia quase 2 milhões de pobres
Em 2010, ainda a crise económica e social que vivemos estava no seu início e ainda não tendo sido violentamente cortadas as prestações sociais como o subsídio de desemprego e o RSI, 18% da população portuguesa estava em risco de pobreza. Aliás, é de notar que estes 1,8 milhões de pessoas são muitas delas trabalhadoras e com baixos salários (notícia Público aqui).
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do INE, divulgado hoje, tem sempre um enorme atraso relativamente ao tempo presente e mas, ainda assim, podemos verificar os erros que foram cometidos nos últimos 2 anos. Se em 2010, com o desemprego ainda relativamente controlado e com as empresas ainda a conseguirem sobreviver à crise, nota-se já que, sem o apoio da Segurança Social e considerando apenas os rendimentos do trabalho, mais de 2 em cada 5 pessoas seria pobre.
Agora, com o desemprego, com os cortes nos apoios sociais e com o aumento dos baixos salários (lembremo-nos que aumentou muito o número de pessoas a trabalhar com o salário mínimo nos últimos anos para 605 mil pessoas) podemos antecipar que o número de pobres em Portugal aumentou muito e que a situação ainda irá piorar.
A austeridade cria pobreza.