Orçamento de Estado 2012 aprovado: o conflito social foi aberto pelo governo de direita

A direita agressiva que governa o país aprovou o Orçamento de Estado para 2012. Já sabemos que a destruição da economia e do emprego, dos direitos e dos serviços públicos que custaram anos de trabalho a montar, vão ser sacrificados. Mas o governo de Passos Coelho e Paulo Portas não se confessa arrependido, porque para aplicação de um novo regime social de austeridade permanente, e onde a economia e as relações laborais e sociais estejam dependentes dos lucros de agentes económicos e dos arranjos do sacro-santo mercado, tudo fariam, tudo farão, mesmo que isso implique a destruição da frágil economia do seu país, a destruição do futuro de milhões de pessoas e o seu próprio sacrifício enquanto políticos. O PS, envergonhadamente, como quem não tem coragem para assumir que foi o mentor da austeridade agressiva e selectiva, e que este é também o seu orçamento, absteve-se, “violentamente” dizem. A esquerda, BE e PCP, lutou contra o orçamento e comprometeu-se com a luta pelos direitos no trabalho e na vida, e pela produção e pela economia do país.
Também Cavaco Silva, Presidente da República, ex-Primeiro Ministro do início das privatizações, da destruição da frota pesqueira e do caminho de ferro, sabe o que significa este orçamento. Este, é também o seu orçamento. Mas porque pode, fez o mesmo que o PS, baixou a cabeça envergonhado e afirmou que mais tarde dirá qualquer coisa sobre um orçamento liquidatário. 
O conflito político e social foi lançado pelo governo. Defendendo a política fácil de quem dá todo o poder a quem sempre o teve e sempre geriu o país, enquanto remete os mais frágeis e dependentes para todos os sacrifícios necessários para a imposição de um novo e ilegitimo contrato social, o governo  rasgou nos livros todas as construções democráticas que nos chegaram de Abril de 74 e desestabilizou as vidas de milhões de pessoas. 
O movimento social e sindical estarão na ordem do dia em 2012… para defender a estruturação da economia com base no conhecimento e na valorização do trabalho, na defesa de que os resultados da produção sejam reinvestidos na economia e numa economia mais sólida e com futuro, com respeito pelos valores sociais e humanos. Onde as regras se apliquem e a liberdade e direitos dos cidadãos sejam maiores do que os previlégios de quem liberta o seu poder para acumular mais dinheiro, livre de impostos e de quaisquer regras.
Veremos se o governo está preparado para o seu Orçamento de Estado de 2012. A mobilização social e do trabalho só está a começar agora. E nós, lá estaremos.
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