Passos Coelho não quer repor 13º e 14º salários para não dar "imagem precipitada"

O Primeiro Ministro deu ontem uma entrevista à RTP desde Maputo para tentar voltar a explicar quando vão ser reintroduzidos os 13º e 14º salários dos funcionários públicos e, desta feita, Passos Coelho disse que podia dar uma “imagem precipitada” aos “parceiros internacionais e ao Fundo Monetário Internacional” se o fizéssemos logo em 2014.

Com estas afirmações Passos Coelho desmente o Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que já tinha desmentido o Primeiro Ministro dizendo que o comentário do chefe de Governo sobre o que tinha dito Peter Weiss (Comissão Europeia) havia sido um “lapso”.

Não há qualquer lapso, nem nunca houve. O que há é um Primeiro Ministro que mente pela 2ª vez aos funcionários públicos e a todos os portugueses e que, com isso, vai minando a confiança de quem vive em Portugal para garantir a vassalagem aos credores internacionais. Passos mentiu quando prometeu em campanha eleitoral que não iria cortar os 13º e 14º salários e depois cortou; mentiu quando disse que o corte seria apenas durante 2012 e 2013 e agora vem dizer que se estenderá até, pelo menos, 2014 – tudo para não dar uma “imagem precipitada”.

Há uma palavra para este corte: confisco. O Estado não pode dispor dos salários das pessoas que trabalham como se se tratasse de dinheiro do Estado. Para além disso, as estatísticas apresentadas no relatório do Orçamento Retificativo do Governo mostram bem a falência do regime de austeridade, porque a dívida pública está a subir (!) e não a descer como todos os dias o Governo nos tenta convencer e o desemprego está absolutamente descontrolado. Assim, é impossível que o Primeiro Ministro nos queira vir convencer que Portugal vai atingir “com pleno sucesso” os objetivos do défice “no final do primeiro semestre de 2014”.

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