Patrões querem reduções salariais no sector privado
Depois dos cortes salariais na função pública, proporcionados pelo PEC3, juntam-se agora os patrões, o presidente da CIP e até alguns ditos especialistas e estudiosos do trabalho, a exigir mais alterações ao Código do Trabalho e o alargamento da redução salarial ao sector privado. O argumento, como sempre, é de que esta é uma medida que visa garantir “a sobrevivência e o aumento da competitividade das empresas”. (clica na imagem para a ampliares e leres a notícia do Diário de Notícias de 14/10/2010).
Se há um problema de falta de “competitividade” das empresas em Portugal, certamente não é resultado do “elevado” nível salarial, pois por aqui praticam-se os salários mais baixos da União Europeia.
Este discurso da competitividade serve, repetidamente, para o mesmo fim: subtrair direitos e salários aos trabalhadores, enfraquecendo-os, e aumentar os lucros a quem os explora. Durante as épocas de maior crescimento económico nenhum patrão se lembra de aumentar os salários em consequência dessa subida. Porque motivo terão agora de ser os trabalhadores a pagar a descida, se é que ela existe? Lembremo-nos de todos os lay-offs que ocorreram em 2009, motivados por este mesmo discurso, que em nome da competitividade e da sobrevivência das empresas, cortaram salários e direitos aos trabalhadores. O caso da Auto-Europa é um bom exemplo, pois a empresa aplicou lay-offs e recusou-se a pagar os fins de semana de trabalho. Decidiu, assim, cortar nos salários quando estes representavam apenas 5% das despesas totais da empresa (aqui).






