Polícias: hoje e há 20 anos
Os polícias manifestam-se hoje para assinalar os confrontos que aconteceram há 20 anos, no Terreiro do Paço, entre polícias que se manifestavam por mais direitos laborais e liberdade sindical e o outros em serviço. Na altura o corpo de intervenção avançou com canhões de água e bastonadas. Foi o momento em que os homens e mulheres da polícia vestiram a pele de trabalhadores livres e sentiram na pele a injustiça de ter uma força policial violenta pela frente.
Hoje existe uma nova manifestação. Membros da organização dizem que “estamos bem pior que em 1989 e a desmotivação é muito maior. A responsabilidade é só deste Governo». António Ramos refere ainda que actualmente há medo na PSP, e mesmo assim acredita numa grande participação no protesto desta tarde.
Os polícias “Têm medo de dar a cara porque isto depois tem influência e temos vários dirigentes com processos disciplinares“.
As forças policiais são muitas vezes enviadas para “acalmar” os trabalhadores em greve, em piquete, ou até para acabar de forma violenta com ocupações pacíficas. Não podemos aceitar que homens e mulheres da polícia, precários como tantos outros, com vidas difíceis, aceitem que é normal no decorrer do seu trabalho agredir e reprimir expressões de liberdade, de organização e de intervenção dos trabalhadores. Mas também não aceitamos a violência de polícias em funções sobre outros que se manifestam.
Para isto, desde já, precisamos que a polícia seja contaminada pela liberdade de expressão que os seus trabalhadores não têm. É preciso que as vozes dos direitos dos homens e mulheres que trabalham na polícia sejam ouvidas enquanto pessoas e trabalhadores, que se formem consciências e se organizem para defender os seus próprios direitos e espaços de liberdade de expressão. É a liberdade dentro da polícia que poderá contrapor a um momento em que os governos e o poder instrumentalizam essa força como força de repressão sobre a (des)ordem social.
by
Boa!