Portugal é o 2º país do Euro onde os salários mais baixaram
A seguir à Grécia (-18,6%) e Hungria (-5,2%), Portugal é o país da União Europeia onde os salários mais baixaram desde 2008. Na Zona Euro, apenas a Grécia bate Portugal na queda dos salários. Segundo os dados do Eurostat, na zona euro os salários aumentaram em média 10,8%. Em Portugal a queda é de -5,2%. Hoje o custo de mão-de-obra horário é de 11,6€, menos de metade da média europeia. Em 2008 era de 12,2€.
O custo médio de mão-de-obra na União Europeia é de 28,4€/h, enquanto para a zona euro desce para 23,7€/h. Portugal, com um custo de mão-de-obra de 11,6€ tem menos de metade da média europeia. A destruição da economia alicerçada numa estratégia de precarização e desemprego para forçar os baixos salários está a empurrar toda a massa salarial para baixo e Portugal destaca-se cada vez mais pela negativa quando comparado com os outros países da zona económica. A Grécia, mesmo com uma queda de 18,6% nos seus salários, continua a ter um salário médio de 13,6€/h, mais dois euros horários do que Portugal. Estas estatísticas excluem as empresas com menos de 10 empregados que, infelizmente, praticam salários sempre próximos do salário mínimo e que serviriam portanto para baixar ainda mais o custo-de-mão de obra no país, que na realidade estará abaixo do valor hoje anunciado pelo Eurostat.
Este é o legado da troika e dos governos que a apoiam. É a destruição directa dos rendimentos da população, que vive maioritariamente do Trabalho. Quando Passos Coelho e outros ministros falam de recuperação económica, sabem o que estão a dizer: eles estão a recuperar a economia da banca e da finança com o dinheiro dos salários que saquearam. Com a dívida pública como intermediária, transferiram a riqueza da população para salvar as loucuras dos multimilionários, banqueiros e financeiros. O milagre é que não tenha havido uma rebelião civil contra o roubo executado nos últimos anos.
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