Portway: chantagem sobre os trabalhadores precários por intermédio da Adecco


A Adecco, ao serviço da Portway, estará a chantagear os trabalhadores precários no acesso ao posto de trabalho, obrigando a que estes tenham de pagar 350 euros para terem acesso à formação necessária ao posto de trabalho. Está ainda incluído no processo, um conjunto de 19 dias úteis em que o trabalho não é remunerado, ou seja, trabalho escravo.
Segundo nota divulgada pela LUSA, a ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho – está a averiguar o caso. Um dos trabalhadores precários, contactado pela LUSA, indica que para poderem ter acesso ao trabalho foram obrigados a transferir 50 euros para a conta da Portway e lhes será ainda descontada uma soma de “100 euros dos primeiros três vencimentos”, só depois poderão assinar um contrato de um mês de duração.
Armando Costa, da Comissão de Trabalhadores da Groundforce, disse que a contratação por parte da empresa de trabalho temporário Adecco para a Portway demonstra que “afinal é uma falsa questão dizer que a Groundforce fechava a escala de Faro devido à falta de clientes”. Para este membro da Comissão de Trabalhadores, está em causa “retirar direitos e baixar salários aos trabalhadores, dando dinheiro às empresas de trabalho temporário”.
Denunciámos há poucos dias que o despedimento colectivo de mais de 330 trabalhadores da Groundforce no Aeroporto de Faro se insere numa perspectiva de rentabilização da empresa através da precarização do trabalho com o objectivo de vender a empresa com o mínimo de encargos relativos a trabalhadores com direitos. Denunciámos ainda que a substituição de trabalhadores com direitos da Groundforce, por trabalhadores precários na Portway, para uma mesma função, mesmo local, com um mesmo patrão último, o Estado, não poderá ser aceitável à luz do mais elementar direito social e do trabalho.
Sobre os trabalhadores precários contratados pela Portway por intermédio da Adecco será ainda mantida a chantagem permanente para a renovação  de contratos, dependendo essa decisão da aceitação, pelos trabalhadores precários, de mais medidas penosas para a sua vida. 
Tudo para que empresas a Groundforce, Portway, ANA, TAP ou outras, possam ser vendidas a um bom preço no mercado, sejam rentáveis, competitivas, produtivas, para que os seus dividendos, um dia próximo, possam fazer a delícia de grupos de delinquentes sociais sem rosto.
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