Precários Inflexíveis confrontam Passos Coelho no Parlamento

IMG_3944A Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, confrontou hoje o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho no Parlamento, exigindo a sua demissão. É insustentável, num país que persegue ferozmente os seus trabalhadores mais precários, a recibos verdes, que o primeiro-ministro possa escapar incólume do facto de ter estado pelo menos cinco anos sem pagar à Segurança Social.

Apesar de todas as estratégias de diversão e voltas comunicativas dadas por Passos Coelho, Pedro Mota Soares, assessores, ministros e comentadores, os factos básicos são inequívocos: o primeiro-ministro não pagou a sua Segurança Social enquanto trabalhador a recibo verde durante pelo menos cinco anos. E disso não adveio qualquer consequência para Passos Coelho.

Os Precários Inflexíveis dedicaram os últimos anos a defender centenas de milhares de trabalhadores de execuções fiscais, cobranças coercivas e penhoras, muitas das quais totalmente injustificadas e com gravíssimos erros do Ministro da Segurança Social, que assinalámos e expusemos. As precárias e os precários deste país foram expostos a um processo violentíssimo que através de erros reiterados da Administração de Mota Soares materializou-se num saque. Do outro lado, temos Pedro Passos Coelho, que não pagou Segurança Social durante anos e que viu, no final desse processo, ser-lhe feita a pedido uma reestruturação de dívida, com desaparecimento por motivos desconhecidos de fatias importantes dessa mesma dívida. O esquecimento não é desculpa, a alegação de desconhecimento é uma vergonha para o regime democrático. A falta de dinheiro nada justifica e é apenas a última estratégia de contenção de danos.

A permanência de Passos Coelho na posição de primeiro-ministro é uma afronta ao regime democrático. É a materialização de dois pesos e duas medidas. Há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. Passos Coelho autonomeou-se cidadão de primeira enquanto os milhões de trabalhadoras e trabalhadores, precárias e desempregados, são os cidadãos de segunda. Não é possível. Passos Coelho tem de se demitir.

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather