Soares dos Santos (Pingo Doce) e Paulo Azevedo (Continente) aproveitam Domingo para chantagear trabalhadores no 1º de Maio

Francisco Soares dos Santos
Paulo Azevedo
Francisco Soares dos Santos, dono do Pingo Doce e Paulo de Azevedo, dono do Continente, são dois dos homens mais ricos do país.

Pretendem retirar significado ao 1º de Maio e atacar a ligação fortíssima deste dia aos direitos de quem trabalha. Utilizarão para isso a baixa condição económica e a precariedade da maioria dos trabalhadores que produzem riqueza para construir essas fortunas, e também, a oportunidade que os sucessivos governos lhes deram ao permitir a abertura ao Domingo (ver artigo 236º – Código Trabalho).

Quanto mais baixos são os salários e mais alto o nível de desemprego, mais facilmente as mãos da riqueza conseguirão forçar as pessoas a fazer o que lhes der jeito. A pessoas mais frágeis, só é preciso oferecer pouco mais.
Aos trabalhadores é difícil cumprir o feriado e a greve porque os sucessivos governos permitiram ou aumentaram a possibilidade de que os hipermercados abrissem ao Domingo. Assim, utilizando o Artigo 236.º do Código do Trabalho, que define que “Nos dias considerados como feriado obrigatório, têm de encerrar ou suspender a laboração todas as actividades que não sejam permitidas aos domingos.” os patrões tiveram a benecesse que pretendiam: passaram a abrir os hipermercados ao Domingo sem terem criado novos postos de trabalho e, tiveram a porta aberta para que todos os feriados, obrigatórios ou não, possam ter as suas superfícies a facturar pagando muito pouco mais a quem lá trabalha e produz riqueza.
Os Precários Inflexíveis solidarizam-se e acompanham o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal – “Desrespeitar o 1º de Maio, para além de uma violência contra quem trabalha, significa também desrespeitar e desconsiderar a memória e os valores fundamentais da sociedade democrática”, porque “as empresas, especialmente o Pingo Doce, que explorando as dificuldades económicas dos trabalhadores, pagam bem mais – o dobro – para romper com a tradição histórica do 25 de Abril de 1974”.
Jorge Pinto, dirigente do CESP, enalteceu o facto de várias empresas terem, “finalmente”, decidido não abrir as suas lojas no 1.º de Maio, respeitando a tradição do feriado em homenagem aos trabalhadores: Jumbo, Lidl, Dia/Mini Preço, Ikea e El Corte Inglés são algumas das lojas que vão estar fechadas no domingo.
 
Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather