Sócrates e Alice… no país das Maravilhas

Sócrates percebeu que o emprego ou desemprego também lhe dará votos, e à medida que se aproxima um ano de eleições – 3! europeias, autárquicas e legislativas – o primeiro-ministro volta o seu discurso para os desempregados.

Sugere que o Governo vai apoiar 100.000 pessoas com políticas activas de emprego, contratação, manutenção de emprego… etc. Ao mesmo tempo, diz que 30.000 dessas pessoas vão ser inseridas no emprego social, em instituições de apoio social. Fica sempre bem falar nisto.

Aquilo que já todos vamos conhecendo neste primeiro-ministro é óbvio. Ele está esvaziado de ideias e não sabe neste momento o que deve fazer para manter o poder. Entregou o seu discurso a grupos de pessoas, que lhe tratam da imagem e linguagem para passar mensagens e caçar votos. Coisas que ficam sempre bem e que ele tem de dizer , como: “políticas activas de emprego”, “manutenção de emprego”, “contratação”, “apoiar 100.000 pessoas”, “30.000 pessoas em emprego social”.

Não há ninguém que não concorde com estas palavras, o problema caro Sócrates, é que não explica nem se compromete como o vai fazer, e nós sabemos bem porquê. Porque já sabemos que não o vai fazer, vai apenas tratar dos números e estatísticas para esconder a realidade que por aí vai.

As políticas activas de emprego do governo foram e são muito claras na revisão do Código de Trabalho que aprovaram. O tal acordo que Sócrates assinou com os patrões e com João Proença. O tal código que fez com que VanZeller (patrão dos patrões) elogiasse o primeiro-ministro e dissesse que serão os trabalhadores a recibo verde que irão pagar os 5% tão apregoados para a Segurança Social. O mesmo VanZeller que disse que o Ministro do Trabalho de Sócrates, Vieira da Silva, “…fez melhor do que um governo de direita.”. O mesmo ministro de Sócrates, que disse que “É fácil despedir em Portugal, senão não haveria tanto desemprego”.

Isto tudo no país em que 18% das pessoas estão em risco de pobreza (muitas delas que trabalham), existem 2 milhões de pobres, ou seja, 20% dos Portugueses são pobres (In“um olhar sobre a pobreza”, Costa, Alfredo Bruto da, 2008), várias formas de precariedade atingem boa parte da força laboral e a procura de apoios, por exemplo, junto da AMI cresceu 20%.

Convido-vos a ver o vídeo de ontem do Telejornal, porque acho que é importante mostrar a cara e forma da propaganda que nos mente… aqui e aqui a notícia do Público.

rUImAIA