Subida anunciada na taxa de desemprego

Ficou-se hoje a saber que em Setembro, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de desemprego atingiu os 12,5%, o que representa uma subida de 0,1% em relação ao mês anterior. Deste modo, continuamos com a 4ª taxa de desemprego mais elevada dentro da OCDE, apenas ultrapassados por Espanha (22,6%), Irlanda (14,2%) e Eslováquia (13,5%).
Na Zona Euro, verificou-se um aumento de 0,1% para os 10,2%, valor mais alto desde Junho de 2010. Para este valor não contribui a Grécia pois a OCDE não tem acesso aos dados daquele país. Contudo, é sabido que em Julho, os gregos atingiram os 17,6%, um provável prenúncio do que pode acontecer no nosso país.

É preciso frisar que esta é a taxa de desemprego que nos oferecem os dados fornecidos pelas entidades do Estado, no entanto a taxa real de desemprego é mais elevada do que estes 12,5%. São vários milhares os precários e as precárias que por não poderem sequer sonhar com acesso ao subsídio de desemprego e por perceberem que a inscrição nos centros de emprego é, em muitos casos, ineficaz, não contam sequer como desempregados.
Esta realidade vem provar que, neste aspecto, o governo não mente e está a aplicar na perfeição o plano de austeridade assinado com os organismos internacionais. A previsão da taxa desemprego que a Troika faz para Portugal é de 13,5% em 2013, ao contrário do que prevê o governo dizendo que ela atingirá o seu máximo em 2012 quando chegar aos 13,2%. 
Sabemos com o que podemos contar e sabemos que o governo não tem feito um esforço mínimo para que esta degradação da empregabilidade seja estancada, ela chega a ser admitida como uma necessidade essencial para a estabilização económica do país. Perante isto, é cada vez mais legítimo dizer que este programa de austeridade é ilegítimo e ditatorial. A sua aplicação levará o país para uma alteração de regime e de paradigma social sem que haja uma vontade expressa da sua população em fazê-lo. 
Se é verdade que a maioria dos eleitores elegeram este governo, também é verdade que eles o elegeram baseados em algo que se prova agora ser uma mentira. Da pré-campanha eleitoral até hoje, Passos Coelho e Paulo Portas já desdisseram quase tudo que tinham afirmado. Por vezes a democracia serve como um cabaz muito grande onde se consegue encaixar ideias bastante diversas e por vezes totalmente antagónicas, mas a mentira não pode fazer parte dele.

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