Todos e todas ao Rossio no dia 10 de Setembro!
Somos professores e somos precários. Alternamos o desemprego com as aulas, nalguns casos durante mais de dez anos. Sabemos como é necessário o nosso trabalho nas escolas e sabemos o muito que falta a cada escola para que todos os alunos possam ser dignamente apoiados. Agora, dizem-nos que já não somos precisos, que estamos dispensados.
No final deste mês inicia-se o maior despedimento da história do ensino.
Em nome de uma dívida que não foi criada nem por professores e nem por alunos, querem amputar a escola pública. Haverá menos actividades extra-curriculares, as turmas serão maiores (o governo até já decidiu aumentar o número máximo de alunos por turma de 24 para 26 no 1º ciclo do ensino básico) e assim o combate ao insucesso escolar sairá prejudicado.
Nos últimos anos entraram nos quadros das escolas 1 professor por cada 40 que saíram. Isto fez com que o número de professores precários ascendesse a várias dezenas de milhares, quase todos eles a garantirem funções absolutamente fundamentais em cada escola. Agora, alguém decidiu que essas funções deixaram se der fundamentais. A estratégia foi simples e linear: os sucessivos governos precarizaram parte da classe docente para agora a despedirem. Se a substituição de professores efectivos por professores contratados degradou as condições de ensino (impedindo, por exemplo, o acompanhamento de cada turma pelo mesmo professor durante mais de um ano), o despedimento massivo fá-lo-á ainda mais.
Vivemos num mundo virado de pernas para o ar. Quando é nas alturas difíceis que mais faz sentido apostar na escola pública, o governo faz tudo ao contrário, enfraquecendo-a. Mas nós, professores precários e desempregados, não aceitamos este destino. Revoltamo-nos pelas nossas vidas sempre na corda bamba mas também pela plena consciência de que fazemos toda a falta às escolas, aos alunos, à comunidade.
Assim, apelamos à participação de todos e todas neste protesto. Queremos ajudar a construir um futuro melhor e contamos contigo no dia 10 de Setembro, às 15h, no Rossio, com o teu cartaz e a tua mensagem!
Miguel Reis
Movimento Escola Pública
Estou cheio de pena da classe docente. Se há classe profissional que, na sua maioria, é medíocre, é a classe docente. Começa na Primária e a acaba no Ensino Superior.
Gente acrítica; que se encosta ao lugar; e só dá maus exemplos aos alunos.
Devia era existir mais desemprego na classe docente. O tempo em que qualquer pária ia para docente, já era (thank god!), mas ainda há muita porcaria por limpar.
Sr(a??) Anónimo(a??),
estou cheia de pena de si!
Se não for demasiado árduo para si, entretenha-se a fazer alguma coisa de útil e edificante em vez de vir aqui fazer comentários rançosos, rancorosos e bem longe da verdade!
Entretanto vá-se lembrando que, se conseguiu ler o artigo do blog e escrever o seu iluminado comentário, foi de certeza graças a professor@s que teve…
Mas o(a??) Sr(a??) Anónimo(a??) afinal tem razão, ess@s seus/suas professor@s deviam ser mesmo uns párias medíocres, pois nem o nome lhe ensinaram a escrever… E só lhe deram maus exemplos, tal como encostar-se ao insulto anónimo e acrítico, de tão leviano que é.
Parabéns por saber pelo menos 2 palavras em Inglês, mas tente não invocar o nome de Deus em vão, arrisca-se a parecer um(a??) professor(a??) muito pouco
limpo(a??) a blasfemar.
Cláudia Almeida
Não sei com que bases se afirma que a classe docente é medíocre. Talvez exista um decréscimo de qualidade com Bolonha, no entanto, é necessário ter em consideração que poucos serão os docentes formados com licenciaturas pós-Bolonha a leccionar nas nossas escolas. São, na minha opinião, uma classe desmotivada pelos direitos que têm vindo a perder mais depressa que qualquer outro sector do Estado e pela forma como alguns anónimos encaram o seu trabalho que é talvez dos mais difíceis. Também há um fosso enorme, que talvez seja desconhecido pela população em geral, relativamente aos professores do quadro no 8º ou 9º escalão e aos professores contratados que praticamente todos os anos mudam de escola, cidade e até distrito quando têm a sorte de encontrar colocação. Estes nem têm tempo de ser “gente acrítica, que se encosta ao lugar”.
Já começa a fartar os trauliteiros ressabiados do costume a comentar notícias que dizem respeito aos professores.
Sérgio Borges
Ao Sérgio Borges e, já agora,ao já mencionado trauliteiro:
ORA NEM MAIS!!
Cláudia Almeida (Professora – Porto)
Olá! Esta é uma manifestação obrigatória para mim! Não vou ser despedido, tenho 30 anos disto, estou no topo, mas tenho o maior respeito pelos meus colegas que, tendo feito um excelente trabalho, são agora, como recompensa, postos na rua!!! Mas que país é este que vendeu a alma (leia-se a Cultura) ao FMI? Por isso, já fui 2 vezes a Lisboa de bicicleta e agora vou a 3ª vez. Esta será a viagem da mais absoluta Solidariedade, que é precisamente aquilo que nos falta a todos, parta sermos uma verdadeira classe! Até dia 10 e um abraço solidário: nunca desistam! Carlos Azedo -Serpa
Esse anónimo das 10.02 é um grande palerma. Gostava de o ter apanhado como aluno.
Para o ressabiado:
e a resposta correta é…
a) É um frustrado e descarrega aqui as suas neuroses.
b) Os filhos têm más notas e, nesse caso,culpa os professores! (mas provavelmente nem sabe que trabalhos de casa têm para o dia seguinte…).
c)Pertence à classe dos inúteis que não conseguem ir além de dizer mal de tudo e todos.
d)é pura e simplesmente um ignorante que não sabe do que fala.
e) todas as afirmações anteriores estão correctas.
apoio total a todos os precários! enquanto os portugueses não se começarem a respeitar uns aos outros, haverá sempre motivo para sair à rua. professores e trabalhadores de todo o país, uni-vos!