Um ano depois o Governo quer novas coisas: "refundar" o memorando
Infelizmente, passado mais de um ano, concluímos que tínhamos razão, mas que, infelizmente, não antecipámos que para além de tudo isto, queriam muito mais.
Nos últimos dias, e após o anúncio de “refundação” do memorando da troika nas jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS, o léxico político foi dominado pelo tal termo “refundação” e até já se sabe que os homens de negro do FMI já estão a negociar com Passos e Portas. Toda a oposição se manifestou contra esta ideia que impediu a discussão pormenorizada do Orçamento de Estado para 2013, mas o Governo e o FMI estão prontos para avançar.
Assim, impõe-se de novo a pergunta: “o que quer o Governo?”. Desta vez a resposta é menos clara porque não só o Governo não apresenta um programa, como Passos e Portas já aprenderam que de cada vez que anunciam com clareza o que pretendem são brindados com manifestações populares de massas como aconteceu a 15 de setembro.
No entanto, já sabemos o essencial da proposta que Vítor Gaspar estará a congeminar: não mexendo numa vírgula dos contratos da dívida com os credores internacionais (que só em 2013 nos vão fazer pagar mais só em juros da dívida do que com todo o SNS), Passos e Portas querem mexer no Estado Social. Assim, se os deixarmos, podemos esperar o fim do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública e da Segurança Social; tudo isto e um novo resgate financeiro com mais anos de troika em Portugal e, logo, de pobreza e desemprego.
O mais curioso é que será este Governo moribundo que já não goza de nenhuma autoridade em Portugal ou no estrangeiro que tentará, o mais rápido possível, fazer estas mudanças para que sejam um facto consumado.
Não podemos deixar. O nosso futuro, o nosso trabalho, o nosso salário, a nossa saúde, a educação dos nossos filhos e filhas, as nossas pensões dependem do esforço que fizermos agora. Por isso, os precários e os desempregados têm de tomar a responsabilidade de defender estes princípios e isso faz-se, primeiramente, ajudando nas mobilizações que já provaram ser o maior medo do Governo. No dia 12 de novembro a Merkel vem a Portugal e devemos dizer-lhe que ela e as suas políticas não são bem vindas e no dia 14 de novembro há uma greve geral internacional que podes ajudar a construir.
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Há que matar estes «governantes». Porque são assassinos a soldo de assassinos:
Fernando Madrinha – Jornal Expresso de 1/9/2007:
[…] “Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. […] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir,não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.” […]
Paulo Morais, professor universitário – Correio da Manhã – 19/6/2012
[…] “Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos.” […]
[…] “Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters.”